Em “Insónia”, Fernando Mendes dá vida a Custódio Reis, um vendedor de vinhos e licorosos que vive com a corda ao pescoço. É um marido ausente e um pai ainda mais. Não tanto por falta de amor, mas mais de energia… Custódio não tem grandes objetivos de vida para além de comer, beber e dormir. Sente-se cansado, pesado e sem paciência. A única ginástica que faz é a financeira e a pouca pachorra que ainda vai tendo é para o trabalho. Toda a vida foi vendedor das mais variadas coisas. Hoje em dia, vende vinho, mas, na verdade, é quase tanto aquele que bebe como aquele que vende. Até gosta do que faz e acha-se entendido em vinhos, não o sendo verdadeiramente. É, em boa verdade, um tipo sem grande profundidade intelectual e sem grandes teses filosóficas. Por sua vez, é desenrascado e tem lábia de vendedor. O típico português de café que fala de tudo sem dizer quase nada.
Certa noite, tudo vai mudar, quando, Custódio, que sempre teve preguiça de pensar muito na sua vida, em vez de passar a noite a ressonar, como é seu hábito, tem uma terrível insónia, onde vai questionar tudo na sua vida e tentar encontrar respostas. Só que, por mais que grande parte dos seus problemas tenham soluções óbvias, para um homem que foi toda a vida assim, a mudança não parece fácil. Pela frente Custódio terá uma hilariante crise interior, à procura da paz de alma necessária para voltar a conseguir dormir, mas nem a ajuda da televisão parece conseguir “chamar” o sono. Nos programas de televisão que Custódio vai assistindo, encontramos Fernando Mendes e alguns dos seus amigos e colegas de todas a vida que prometem uma mão cheia de momentos que terão tanto de improváveis como de divertidos.
autoria e encenação Roberto Pereira interpretação Fernando Mendes