A amizade de Sophia e Jorge de Sena é bem conhecida, até pelas cartas publicadas. Juntos, em separado, atravessaram o deserto de um país em ditadura. Sena exilou-se, Sophia ficou. Desse afastamento físico resulta a literatura epistolar da sua correspondência. Muito além da direta, há uma profunda correspondência de propósitos. A luta pela liberdade, pela ação, pela palavra.
A Sophia é doce, mas não perdoa. Exige a verdade por inteiro para não habitar meio quarto.
O Sena é duro e não perdoa. Lembra-nos os que foram estripados, esfolados, queimados, gaseados, e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido.
Juntos, colocam-nos num lugar onde somos chamados a decidir, a questionar. Um lugar onde a indiferença se mostra imperdoável.
direção Pedro Lamares criação, dramaturgia e interpretação Lúcia Moniz e Pedro Lamares direção técnica e desenho de luz Joaquim Madaíl produção Sónia Costa difusão e agendamento companhia nacional de espetáculos um projeto Casca de Noz apoio na residência à criação Município da Sertã | Convento da Sertã Hotel apoio Herdade da Malhadinha Nova