Carmo Diogo defrontou-se com álbuns de fotografia de família antigos, perdidos, que logo a fascinaram, e objetos que resgatou para encenações de afetos ou inquietudes. Ao longo de um ano, fez 365 colagens,imagens da sua reflexão sobre o passado, conhecido/desconhecido, tentando perpetuar momentos, cheiros, manifestações de protesto, lugares, situações, identidades dos lugares de outrora, como a casa mãe e as suas raízes. Através destas obras foi fazendo a despedida da casa, quase desabitada, num processo catártico, de despedida.Na sua prática artística, Carmo Diogo tem vindo a trabalhar em torno de temas como a memória, a saudade, o prazer e a angústia, com narrativas muitas vezes também inspiradas na poesia. Utiliza objetos encontrados em lugares perdidos e resgata-os, para os inserir em novos contextos e dar-lhes novas interpretações. É como ser um contador de histórias de fantasmas e do divino, de beleza e imperfeição. Recorrendo a uma panóplia de fotografias, objetos, linhos encontrados nos velhos baús, a sua mente agarra-se a significados estabelecidos de outrora e regista-os em vários suportes.
No âmbito das comemorações dos 114 anos da inauguração das Escolas Oliveira Lopes