Podem as artes plásticas desencadear uma reflexão sobre o papel da mulher na sociedade, ou sobre o modo como ainda hoje é (des)valorizado o papel da mulher? Inspirada em partes de dois versos do poema A Química do Cérebro, de Ana Luísa Amaral, Rosa Bela Cruz propõe-se criar espaços de reflexão, sempre com as artes plásticas como suporte inicial, e a temática da mulher como pano de fundo. De facto, as mulheres sempre ocuparam um lugar central no seu trabalho. O ser humano, e concretamente a mulher, é formado por um misto de sentimentos, valores e atitudes que criam, em si mesmos, dualidades de carácter.É nesta representação do feminino que reside a principal expressão da sua obra.Rosa Bela Cruz, licenciada em Artes Plásticas pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, tem um trabalho centrado, ao nível técnico, na experiência de vários materiais e técnicas mistas, com destaque para as colagens e texturas gráficas. Do ponto de vista temático, tem explorado diferentes interpretações da figura humana, com especial destaque para o universo feminino. Desde os anos de 1980 tem participado com regularidade em diferentes mostras individuais e coletivas.