Ao longo dos tempos, sempre foram atribuídas às mulheres funções e características que ainda hoje continuam a contribuir para definir e identificar mentalidades e modos de vida, a partir de um padrão tradicional de identificação de género feminino ou masculino. No contexto da obra de Júlio Dinis, é possível detetar retratos de mulheres portuguesas da segunda metade do século XIX, num contexto rural e de elevado índice de analfabetismo. O escritor vive numa sociedade em mudança e, por isso, reflete sobre o papel da mulher na sociedade e na família.Numa tertúlia com a participação de Valdemar Cruz, jornalista do Expresso, e da política e professora especialista em Literatura Portuguesa, Isabel Pires de Lima, com base no papel atribuído à mulher nas diferentes obras de Júlio Dinis, propõe-se uma reflexão sobre o caminho percorrido e quais os contrastes com aquele final do século XIX e estas primeiras décadas do século XX. É possível obter informações relevantes sobre as sociedades e o papel atribuído às mulheres através da literatura? Pode a literatura ser transformadora? Consegue a literatura refletir os percursos assumidos pela mulher na rota da sua independência económica, social e política?
No âmbito do projeto cultural Espaços de Pensar – Teias de Sentir e Jornadas Dinisianas
No âmbito das comemorações do 185.º Aniversário do Nascimento de Júlio Dinis