Filipe Faria e Sérgio Peixoto partiram de novo para o tempo, viajando pelo vasto território da língua, na sua métrica, ritmos e harmonias, como se levitassem entre mundos, resgatando da poesia portuguesa dos séculos XV e XVI as palavras, para as reinventar em novos sons, novas melodias, trazendo-as para a contemporaneidade, em analepses de magia. Os dois compositores escrevem os doze novos vilancicos que compõem Folia Nova, como estações cronográficas da intemporalidade, usando da "folia" - no Auto da Sibila Cassandra, de Gil Vicente (1465/1536).A folia, de origem portuguesa, é caracterizada como uma dança de pastores - o seu tradicionalismo harmónico e rítmico, para um universo conceptual, diálogos de criatividade, novas linguagens. O vilancico é uma das mais importantes expressões poéticas e musicais da música sacra barroca da Península Ibérica, muito popular e amplamente executado do século XV aos confins do século XVIII.Na sua forma primitiva era do profano. À bolina da sua popularidade, disseminou em sacro território, como uma heresia que lentamente se tornou hóspede da liturgia.
voz, viola de mão 4 ordens, bandurra descante, percussão e direção artística Filipe Faria voz e direção artística Sérgio Peixoto flautas Pedro Castro guitarra barroca, guitarra romântica, tiorba Tiago Matias contrabaixo João Hasselberg