“Eu sou Nada Voskova. No meu país “Nada” significa Esperança”.É assim que começa este espetáculo, em que, na primeira pessoa, uma mulher chamada Nada compartilha as suas memórias de sobrevivência, quando teve que fugir do seu país. Fugir para sobreviver. “Nada” é baseado no trauma do refugiado, do emigrante pela guerra, pelas guerras silenciadas e no texto de Eduardo Galeano Los Nadies (o ninguém).“(...) os ninguém: os filhos de ninguém, os donos de nada, os ninguéns, os nadas, aqueles que não fizeram nada, correndo atrás da lebre, secando a vida, lixada, totalmente lixada. Quem não é, embora fosse.(...) Que não são seres humanos, mas sim recursos humanos. Que não têm rosto, apenas braços. Que não têm nomes, apenas números. Quem não conta na história mundial, não figura na história apenas na imprensa local histórias de violência, crime, infortúnio e desastre.Os ninguéns, que valem menos do que as balas que os matam.”